Um estudo profundo sobre a ideia de perfume e a sua materialização.
Partindo do século XIX até ao período que se demarcou entre guerras, Fragrância e Forma: Design e a Cultura do Perfume analisa minuciosamente “a ideia de perfume, e a materialização de uma estética para envolver e comercializar essa ideia”.
Andrew Howard, curador da exposição, parte da coleção privada de Afonso Oliveira, que inclui peças notáveis da arte dos frascos e embalagens de perfumes europeus, nomeadamente, a indústria portuguesa. É este o ponto central da exposição.
“O perfume apela ao nosso sentido olfativo, mas a sua a materialização é concebida de forma a apelar ao sentido estético. É por isso que os objetos desenhados para conter perfume, os frascos ricamente produzidos e as respetivas embalagens, são
o ponto central desta exposição”, explica o curador.
A evolução da indústria da perfumaria portuguesa é representada revelando uma variedade de empresas que se dedicaram ao fabrico de perfumes, produtos de higiene e cosmética entre meados do século XIX e ao longo do século XX. A importância da sua comunicação, publicidade e mediatização torna-se também uma premissa nesta análise representativa e histórica que foi essencial para o desenvolvimento da cultura do perfume.
De Porto a Lisboa, passando ainda por Braga, a perfumaria portuguesa desenvolvia-se, numa primeira fase, em laboratórios farmacêuticos e era apresentada em frascos de diferentes formas arredondadas, em vidro ou cristal, usando etiquetas com ilustrações florais, símbolos políticos da época como reis e rainhas, não reconhecendo ainda o conceito de identidade de marca.
Com o objetivo de perceber o conceito de utilização do perfume e a sua apreciação social, estes objetos que se concretizaram ao longo de diferentes momentos históricos são “objetos desenhados que resultam de histórias e processos materiais particulares, contextos que dão sentido ao seu ser e à sua forma.