Convocados à inauguração da Casa do Design, a seleção de objetos apresentados ambiciona abrir o campo das possibilidades à sobrevivência, ligando design e artesanato e resgatando saberes e identidades.
Francisco Providência é designer e professor em Design na Universidade de Aveiro. Investigador e editor nas áreas do design e da comunicação, tem publicado diversos artigos sobre estes temas. Providência é membro cofundador do Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura (ID+), onde dirige o grupo Made.pt. É formado em Design de Comunicação e doutorado em Design sob o tema Poeta é Aquele que Faz: Uma Poética como Inovação em Design. Tem atelier próprio desde 1985, e foi distinguido em 1999 com o Prémio Nacional de Design nas áreas da Comunicação, do Produto e do Ambiente, pelo Centro Português de Design. O seu interesse ao nível da investigação centra-se na ontologia e epistemologia do design, apoiando a teoria a partir da sua prática projetual. Mantendo a prática profissional como designer, tem-se dedicado ao design total, principalmente aplicado à museografia.
Helena Sofia Silva é docente e investigadora em design, sediada no Porto. O seu trabalho centra-se atualmente em expressões gráficas de protesto em Portugal, partindo da atividade e do acervo do arquivo Ephemera. Desenvolve a sua investigação no Programa Doutoral em Design da Universidade de Aveiro/Universidade do Porto, com o apoio da FCT. Helena Sofia é licenciada em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e mestre em Design pela ESAD – Escola Superior de Artes e Design, onde leciona desde 2000 temas relacionados com a história e a teoria dos media e da moda. Autora de Design Português – 1980/1999 (Verso da História, 2015), colaborou nas monografias dedicadas a João Machado e Francisco Providência (Cardume, 2016).
Quinze anos passados sobre Reinventar a Matéria, urge uma nova reflexão em torno das relações que ligam design e artesanato (e o desenhar ao produzir), agora no contexto histórico do necessário incremento ao desenvolvimento local e na hipótese de sobrevivência pela produção de bens culturais, incentivando o crescimento de uma indústria da cultura orientada para a inovação social. Novas formas de organização agregam hoje os interesses de designers e artesãos segundo as mais diversas geometrias e graus de complexidade. — Francisco Providência e Helena Sofia Silva, curadores da exposição