De veículo de lazer a veículo de trabalho, de exercício tecnológico a utensílio indispensável à sobrevivência de populações inteiras, esta exposição apresenta uma visão panorâmica da produção e utilização de motociclos em Portugal.
A exposição Motos de Portugal, com curadoria de Emanuel Barbosa, designer e docente da ESAD/Escola Superior de Artes e Design, pretende possibilitar uma fácil compreensão da produção nacional de motociclos e ciclomotores, através da criação de um percurso ao longo do tempo, enquadrando marcos históricos nacionais com a história do motociclo no século XX no mundo e em Portugal, proporcionando uma visão panorâmica das características destes veículos e da sua utilização. A exposição foi pensada como uma experiência cultural cuja ampla variedade reflete a nossa própria sociedade.
De veículo de lazer a veículo de trabalho, de exercício tecnológico a utensílio indispensável para o desempenho de atividades essenciais à sobrevivência de populações inteiras, o motociclo metamorfoseou-se e tornou-se num elemento indispensável na nossa sociedade contemporânea. A indústria nacional de motociclos dá os primeiros passos no início do século XX, acompanhando, com altos e baixos, todo o desenrolar do século, extinguindo-se no final do século. O motociclo, inicialmente um fenómeno de elites, acaba por se democratizar e atinge o apogeu da produção nacional entre os anos 60 e 80, com a era da motorizada, nada mais nada menos que um motociclo de baixa cilindrada (até 50 cc) que satisfez as necessidades de mobilidade dos operários por ser o único veículo motorizado com custos compatíveis com os baixos salários praticados e com a reduzida taxa de alfabetização. A sociedade portuguesa, pelas suas características, levou ao aparecimento de diversos fabricantes, alguns dos quais conseguiram sucesso no mercado internacional. O design dos seus modelos, na maioria dos casos, adapta à realidade nacional o que era desenvolvido no exterior.
O trabalho de investigação desenvolvido por Emanuel Barbosa possibilitou reunir e apresentar inúmero material documental (gráfico, vídeo), algum dele inédito. Catálogos, documentos, fotos de época — serão alguns dos documentos que o visitante terá oportunidade de ver.
Durante a exposição, um programa de atividades paralelas procura permitir interações com especialistas, colecionadores, autores e intervenientes da indústria nacional.
Emanuel Barbosa é designer, professor e curador baseado no Porto. Participa ativamente na organização de exposições, workshops e palestras sobre design. Desde 1995 que os seus trabalhos são publicados e distinguidos em mais de 60 publicações internacionais. Formado em Design de Comunicação pela ESAD – Escola Superior de Artes e Design, com Pós-graduação e Mestrado pela Universidade de Barcelona, e doutorado pela Universidade Politécnica de Valência, Emanuel Barbosa é coordenador internacional e professor adjunto na ESAD. É consultor científico da revista DeForma (Valência). Entre 2012 e 2016 foi diretor criativo da Casa International (Pequim). Foi curador de exposições nacionais e internacionais sobre design, arquitetura e fotografia. Presidiu à ACLC – Associação Cultural Luso-Chinesa.