A Casa do Design apresenta 'Tempos Modernos – Cerâmica Industrial Portuguesa Entre Guerras – Coleção AM-JMV', a primeira exposição realizada em Portugal inteiramente dedicada ao design para a indústria cerâmica nacional.
A exposição Tempos Modernos — Cerâmica Industrial Portuguesa Entre Guerras — Coleção AM-JMV, organizada pela Câmara Municipal de Matosinhos e pela esad—idea, Investigação em Design e Arte, e maioritariamente constituída por uma seleção de cerca de quinhentas peças pertencentes à coleção particular AM-JVM, procura evidenciar as relações entre a produção cerâmica portuguesa e o contexto internacional, no rescaldo das vanguardas artísticas do início do século XX, centrando-se no período entre as duas Grandes Guerras.
Considerando uma larga amostra de manufaturas representativa do tecido industrial da época (Fábrica de Sacavém; Aleluia; Vista Alegre; Massarelos; Lusitânia; Sociedade de Porcelanas de Coimbra; entre outras) e objetos de várias tipologias (serviços de mesa; candeeiros; floreiras; caixas e figuras), a exposição trata-se de um sólido conjunto de peças de uso doméstico que apela à memória coletiva do país.
Reveladora de um apurado sentido de sistematização, a coleção foi construída ao longo de várias décadas por António Miranda e José Madeira Ventura. Historiador da Câmara Municipal de Lisboa, António Miranda foi diretor interino do Museu da Cidade e coordenador do Museu de Lisboa – Palácio Pimenta, onde comissariou, entre outras, as exposições Varinas de Lisboa – Memórias da Cidade (2015) e A Lisboa Que Teria Sido (2017). José Madeira Ventura foi coordenador da Biblioteca do Departamento de História da Arte e da Biblioteca Geral / Biblioteca Mário Sottomayor Cardia, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – Universidade Nova de Lisboa. Com aprofundado interesse pela história do design e das artes aplicadas, os colecionadores dedicaram-se a reunir um conjunto de peças demonstrativas da circulação de modelos e contaminação entre a produção cerâmica europeia.
A exposição Tempos Modernos tem curadoria de Rita Gomes Ferrão.
Rita Gomes Ferrão é investigadora do Instituto de História da Arte da FCSH-UNL, autora dos livros Hansi Staël: Cerâmica, Modernidade e Tradição (2014) e Querubim Lapa: Primeira Obra Cerâmica 1954-1974 (2015). Historiadora de arte e curadora, cujo trabalho se tem centrado no estudo das relações entre a produção de cerâmica portuguesa e o modernismo, em contexto internacional.
António Miranda é historiador da Câmara Municipal de Lisboa. Foi diretor interino do Museu da Cidade e coordenador do Museu de Lisboa – Palácio Pimenta, onde curou, entre outras, as exposições Varinas de Lisboa – Memórias da Cidade (2015) e A Lisboa Que Teria Sido (2017).José Madeira Ventura coordenou o Departamento de História da Arte e a Biblioteca Geral / Biblioteca Mário Sottomayor Cardia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
1.
Figuras Lebres e Coelho
Fábrica Electro-Cerâmica, c. 1940-45
Porcelana com pintura manual e aerógrafo
[segundo modelos de Walter Bosse 1904-1979, Fábrica W. Goebel, Alemanha, 1940-45]
Coleção: AM-JMV
Fotografia: Tiago Pinto
2.
Castiçal-floreira
Fábrica de Loiça de Sacavém, 1930-40
Faiança vidrada
Coleção: AM-JMV
Fotografia: Tiago Pinto
Parte de serviço de chá, formato ‘Porto’ e peças de serviço de mesa, decoração nº 386 e variante
Fábrica de Loiça Sacavém, 1930-40
Faiança estampilhada a aerógrafo
Coleção: AM-JMV
Fotografia: Tiago Pinto